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PLOT POINT: COMO É QUE UM AUTOR CONSEGUE PRENDER O SEU LEITOR?

  • Lorena Saraiva
  • 9 de set. de 2016
  • 4 min de leitura

Como é que um escritor consegue prender o seu leitor? Fazendo com que ele não consiga largar o livro nem para ir ao banheiro?

Como todos sabemos, escrever não é apenas inventar uma estória e sair escrevendo aleatoriamente, a não ser que você esteja escrevendo só pra você. Mas se você quiser produzir algo que seja comercial, se você quer realmente criar um produto, você deve tomar isso como um trabalho e estudar as ferramentas necessárias para que isso se torne real.

Primeiramente, existem vários recursos que já foram estudados por dramaturgos, roteiristas e escritores de renome, que permitem que você consiga produzir uma história com potencial comercial. Não estou dizendo que o seu trabalho irá dar certo somente se você usar essas ferramentas, mas digamos que ele tenha chances muito maiores de ir pra frente. Até por que, para quebrar as regras, você precisa conhece-las.

Enfim, a literatura é uma matéria a ser estudada, assim como a arte de cria-la. Primeiro você tem um dom, uma vontade e, depois, você tem que amar e aperfeiçoar aquilo que você faz.

Pois o dom, o produto bruto, que é a criatividade, nós já temos. Mas assim como o diamante, que nasce natural, precisa ser lapidado para se tornar comercial, a literatura se torna igual.

Dentre os recursos existentes para essa lapidação temos, por exemplo, a teoria que rege a criação de personagens, onde criamos as personalidades internas e externas, além de várias outras lineares que entram dentro desse tema, mas que deixaremos para um outro post.

Temos também, a premissa estruturada que é uma espécie de esqueleto do livro. Ela é inevitavelmente necessária para que você não se perca na trama e nem que comece a escrever aleatoriamente sem um objetivo. Sem ela não temos ação e sem ação não temos estória.

É importante citar que é todo um conjunto, e que um depende do outro para sobreviver. Se não, há grandes chances do escritor abandonar o livro no meio sem encontrar para ele um motivo de existência.

Enfim, não vou adentrar muito nos pontos que não dizem respeito a esse post. O assunto aqui é o famoso: Plot Pont ou Ponto de virada. E o que seria essa técnica? Digamos que ela seja uma forma de prender o leitor bem no ponto onde a leitura tende a ficar entediante, obvia demais e sem graça.

Digamos que é o ponto de amarração. Onde o escritor laça o leitor e não o deixa mais parar de ler. É quando ele faz isso bem, pode ter certeza, ele captura mais leitores do que os jovens que caçam pokemons.

Para ser mais clara, o ponto de virada acontece quando a trama está caminhando para um lado e de repente acontece uma surpresa. É aquele momento que o leitor põe a mão na boca e diz: Meu Deus, como assim?

E é justamente nesse momento que a sede pelo livro se torna maior, quase que insaciável. É isso que faz o leitor não conseguir parar de ler nem para dormir, como aconteceu comigo lendo O Código da Vince.

Esse ponto de virada, para ser mais exata, deve acontecer, basicamente, em três momentos. O primeiro, mais ou menos em 25% do livro, o segundo, no meio, e o terceiro nos 75% do livro... Que é justamente no ponto que alguns escritores chamam de explosão, reviravolta. Onde acontece um evento espetacular que antecede a resolução de todos os problemas da trama.

Por exemplo, se for em um romance onde os mocinhos ficam juntos, é depois dos 75 % que isso acontece e finalmente PUFF... O tão esperado final Feliz. Além disso, é onde amarra as pontas soltas. Para ser mais exata é onde arruma a vida de todos os personagens presentes.

Nos dois primeiros pontos de virada é onde entra aquele obstáculo inesperado. Por exemplo: O personagem principal é apresentado no início do livro, ele apresenta também o seu objetivo de vida... Ele planeja as ações para fazê-lo e. de repente, puff, surge um obstáculo inesperado e ele se vê obrigado a mudar completamente os trilhos.

Digamos que ele planeje mudar para uma outra cidade por que arrumou um bom emprego e, pouco tempo antes de ir, ele se apaixona e a sua amada não pode se mudar. É ai que vem a pergunta: Será que ele vai se mudar mesmo que o seu relacionamento corra perigo? Ou: Será que ele vai ficar com ela, mesmo perdendo a chance de ter mais dinheiro? É ai que entra o drama, o dilema pessoal onde o personagem deve escolher o seu destino. É nesse ponto que o leitor começa a participar da vida do personagem de forma especial. Sofrendo com ele, decidindo com ele, vivenciando com ele.

Lembrando que não é necessário que tenham somente três pontos de virada. O autor pode colocar quantos ele quiser. Mas é importante lembrar que com essa mudança repentina de ações, que geram a surpresa, devem ser muito bem trabalhadas e o excesso delas pode causar confusão, tanto no autor, quanto no leitor.

Então é necessário que a trama seja muito bem estruturada e que os pontos de virada, mesmo que carreguem as ações para o outro lado, tenham uma lógica e um sentido, acompanhando o objetivo principal da trama que é gerido justamente pela premissa estruturada, que podemos falar a respeito e algum outro pont.

Por fim é isso, é um conjunto de técnicas que fazem o leitor ficar preso ao seu livro como um leão faminto. E se você une uma boa história, uma boa estrutura, bons personagens e excelentes pontos de viradas, as chances do sucesso são grandes. Boa sorte e espero que tenham gostado. Caso haja alguma crítica ou dúvida. Os comentários estão abertos a vocês.


 
 
 

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